Na agitação do nosso dia, vivemos tão apressados com os nossos trabalhos e afazeres que não nos permitimos refletir sobre o que estamos a fazer e o seu propósito. Desde pequenos percebemos que neste mundo precisamos de trabalhar, ganhar dinheiro e adquirir bens. Entramos em modo automático e frequentemente acreditamos que Deus não se interessa pelas coisas terrenas. O que nos escapa é que as coisas terrenas são na verdade um teste para as coisas celestiais.
Sim, estamos a ser testados! De facto, a forma como gerimos as nossas finanças revela o que vai no nosso coração e mostra aquilo em que verdadeiramente acreditamos. Por detrás de problemas financeiros encontramos fragilidades no nosso carácter que precisam ser trabalhadas. A impaciência leva ao consumo compulsivo, o egoísmo à falta de generosidade, o amor ao dinheiro ao descontentamento, a ganância à desonestidade e poderíamos continuar. Aquilo que mais amamos irá receber não só a nossa atenção como também o nosso dinheiro. É possível cada vez mais observar, que muitas famílias são destruídas por causa das finanças, contudo, a culpa não é do dinheiro, ele apenas reflete o nosso coração.
Mas Deus não só nos testa, como Ele na sua infinita bondade nos dá as respostas necessárias. O tema dinheiro e bens é amplamente falado na Bíblia! Na verdade, encontramos mais sobre este assunto do que outros que consideramos à partida mais espirituais como a fé e a oração. Se o próprio Jesus ensinou tanto sobre este tema é porque precisamos olhar para esta área na nossa vida como algo importante e espiritual. Na Bíblia encontramos muitos princípios financeiros que trazem prosperidade e avisos de atitudes que levam à pobreza. Esses valores impactantes são intemporais, universais e podem ser aplicados a pessoas, famílias, empresas e países.
Um dos bons exemplos que encontramos na Bíblia é o da mulher virtuosa. Uma referência muito conhecida que mostra um exemplo de boa gestão. Não sabemos o seu passado, não sabemos o seu nome, mas sabemos que tinha muitas virtudes, que nada lhe faltava e que era uma bênção para a sua família. Ela é apresentada como uma administradora sábia que trabalha de boa vontade em prol da sua família, cuida dos seus negócios, planeia o futuro, investe para multiplicar os seus bens, é generosa, faz o bem ao próximo e é confiável (Prov. 31:10-20). Seremos todos como ela?
Aplicar os princípios financeiros de Deus na nossa vida é uma caminhada turbulenta que exige disciplina! O dinheiro diariamente compete com Deus pelo domínio da nossa vida. Somos bombardeados pelo descontentamento, pela ideia que precisamos sempre de mais e de melhor. No entanto, Deus nos chama a sermos livres e essa liberdade também passa pela nossa vida financeira. O segredo está em entregarmos todas as coisas a Deus, sermos fiéis aos seus princípios e experimentarmos uma vida de contentamento. O nosso coração deve estar nas riquezas celestiais e a razão deve lidar com as terrenas.