Antes de tentarmos descobrir o que a Bíblia fala sobre a dívida, precisamos entender o conceito da palavra “dívida“. Há duas formas de interpretar a palavra segundo os dicionários. A dívida pode ser algo que temos que pagar a alguém ou pode ser uma obrigação não cumprida (estar em dívida).
Na verdade, a Bíblia fala desses dois tipos de dívidas. Uma quando é concedido um empréstimo, outra quando não pagamos o que é devido. É importante destacar que este tema poderia ser explicado num livro completo. Aqui vamos mostrar apenas um pequeno resumo do tema.
O que a Bíblia fala sobre as dívidas?
1. A dívida era considerada uma maldição.
No antigo testamento, uma das consequências da desobediência era a maldição do endividamento que tornava o povo escravo de outros povos.
2. Estar livre de dívidas é algo positivo.
Jeremias destacou que estava livre de dívidas e que por isso não havia nada de errado para lhe apontar.
3. Dívida resulta em escravidão.
“O rico domina sobre o pobre; quem toma emprestado é escravo de quem empresta.” Provérbios 22:7
Quando nos endividamos, estamos a nos tornar vulneráveis e a dar poder a alguém sobre os nossos bens. De facto, a Bíblia é clara: dívida é uma forma de escravidão. Em Coríntios 7:23, Deus nos ensina que não devemos nos tornar escravos de ninguém.
4. Estar sem dívidas era considerado uma benção.
Um dos resultados da obediência no Velho Testamento era o povo de Israel estar livres de qualquer dívida face a outros países e povos.
5. Dívida traz dificuldades.
No passado, quando alguém não conseguia pagar as suas dívidas, perdia todos os seus bens e os seus filhos se tornavam escravos dos credores. Atualmente, a situação não é muito diferente. Pessoas endividadas vêm seus bens retirados e vivem em constante stress. Suas famílias não conseguem satisfazer as suas necessidades básicas. Quanto mais dívida, mais dificuldades.
6. A dívida faz suposições do amanhã.
Sempre que assumimos alguma dívida ou prestação de crédito, estamos a supor que no futuro teremos rendimento suficiente para honrar o compromisso. No entanto, a Bíblia é bem clara que não sabemos o amanhã e que não devemos viver na suposição.
Conclusão: Não encontramos na Bíblia indicação que a dívida é pecado. Na verdade, a Bíblia aconselha-nos a fugir das dívidas porque isso é uma benção. A dívida traz muitos problemas e dificuldades para a família. Acima de tudo, a dívida traz escravidão. Assim, devemos sempre que possível evitar recorrer a empréstimos e créditos. Quanto menos prestações temos, mais livres somos para gerir o nosso orçamento.
A nossa realidade tem provado mais uma vez que a Bíblia é a verdade. Famílias e nações endividadas não são abençoadas, não vivem em paz financeira e sofrem consequências disso.
Quando a dívida pode se tornar um pecado?
1. Quando não pagamos as nossas dívidas e compromissos.
“Os que vivem sem Deus, pedem empresta do e ficam sempre a dever; mas os que seguem a justiça de Deus não só pagam o que devem como até dão sem recompensa.” Salmos 37:21
2. Quando a causa do nosso endividamento vem de um pecado.
Em primeiro lugar, qual é a causa do nosso endividamento? O que está na raiz das nossas dívidas? Muitas vezes, as dívidas são contraídas com base em atitudes pecaminosas como descontentamento, inveja, cobiça, falta de domínio próprio etc… Viver acima das possibilidades devia ser um cartão vermelho para nós. Não é isso que Deus pretende para as nossas finanças. Precisamos procurar ser gestores responsáveis e fieis. Esteja atento aos 10 sinais do amor ao dinheiro.
Conclusão: Quando não honramos os nossos compromissos, não pagando os nossos créditos e empréstimos estamos na verdade a ser pessoas ímpias e por conseguinte pecadores. Não é aceitável, segundo a Bíblia, que um cristão se comprometa a pagar algo e que não o faça. Quando nos endividamos porque vivemos acima da nossas possibilidades, precisamos analisar o nosso coração. Assim, o pagamento das dívidas deve ser uma ação prioritária na nossa vida.
Quando contrair uma dívida faz sentido? Em que contexto, podemos assumir um empréstimo? Veja aqui como tomar uma decisão sensata.