Em primeiro lugar, quando falamos em poupança, surgem algumas dúvidas sobre o que a Bíblia diz sobre isso. Se por um lado encontramos versículos a incentivar a poupança, encontramos outros que parecem apontar para outro caminho. No entanto, o que a Bíblia nos mostra é que há uma diferença entre poupar e acumular dinheiro. Como cristãos somos incentivamos a poupar mas o nosso objetivo de vida não deve ser acumular riqueza. Mais do que tudo o nosso objetivo deve ser glorificar Deus por meio da nossa gestão financeira.  

O que a Bíblia nos ensina sobre a poupança?

Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio! Ela não tem nem chefe, nem supervisor, nem governante, e ainda assim armazena as suas provisões no verão e na época da colheita ajunta o seu alimento.” Provérbios 6:6-8

O objetivo da poupança é acumular provisão para necessidades futuras da nossa família. Para além do exemplo da formiga, encontramos também na história de José um grande exemplo de sabedoria. Nos dias de prosperidade, José como governador do Egito, ordenou uma poupança de 20% para os tempos de escassez. Quando os anos difíceis chegaram, o povo não passou fome graças à atitude sábia de José.

Com base nos ensinamentos bíblicos, não só é aceitável como é recomendável a poupança para objetivos de longo prazo como a provisão na velhice assim como para objetivos de curto prazo como a compra de uma casa, investimento na educação dos filhos ou um fundo de emergência para momentos de crise. Se ainda não tem um fundo de emergência, veja aqui o que fazer. 

Poupar também pode ser aceitável quando o fazemos com o propósito de sermos livres financeiramente para servir a Deus e ajudarmos outras pessoas. Quando um cristão está preso em dívidas e num caos financeiro, dificilmente conseguirá servir a Deus da melhor forma. 

Qual a diferença entre poupança e acumulação?

“Há um mal terrível que vi debaixo do sol: riquezas acumuladas para infelicidade do seu possuidor.” Eclesiastes 5:13

“Então disse: ‘Já sei o que vou fazer. Vou derrubar os meus celeiros e construir outros maiores, e ali guardarei toda a minha safra e todos os meus bens. E direi a mim mesmo: Você tem grande quantidade de bens, armazenados para muitos anos. Descanse, coma, beba e alegre-se’. “Contudo, Deus lhe disse: ‘Insensato! Esta mesma noite a sua vida lhe será exigida. Então, quem ficará com o que você preparou? ” Lucas 12:18-20

Primeiramente, acumular é prejudicial para quem o faz e apenas traz infelicidade. Acumular é simplesmente quando amealhamos sem qualquer objetivo ou propósito, isto é, juntamos dinheiro pelo prazer de o ter. A verdadeira razão que move um acumulador é a ganância e o amor ao dinheiro. Parece algo tão egoísta mas é na verdade tão comum na nossa sociedade. Muitas famílias não têm objetivos financeiros, não têm propósito para as suas finanças. Para além disso, nunca usufruem dessas poupanças e do dinheiro que vão adquirindo. 

Como vemos na parábola do rico insensato, um exemplo de avareza, ele apenas acumula e não desfruta do que Deus lhe dá. Definitivamente, acumular pelo desejo de ser rico não só é inaceitável à luz da Bíblia como também é prejudicial.  “pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos.” 1 Timóteo 6:10

 

Não devemos poupar se não partilhamos.

Outro ponto que encontramos nesta parábola, é que o rico insensato acumulou unicamente para si e não partilhou com ninguém. Poupar sem dar não tem qualquer significado e sentido à luz da Bíblia e não é aceitável para um cristão. Se o desejo de acumular está a impedir a prática da nossa generosidade então já pisamos a linha vermelha. Precisamos de analisar o nosso coração. A poupança e a generosidade devem ser prioridades financeiras e não devemos excluir nenhuma do nosso orçamento. Quando estamos mais focados nas nossas necessidades do que nas dos outros então certamente caímos na armadilha do amor ao dinheiro. 

 

Tudo depende das intenções do nosso coração. 

A verdade é que iremos todos morrer e não levaremos nada connosco, logo não há qualquer propósito em acumular apenas por acumular sem qualquer usufruto. Quando o fazemos estamos a fazer dano a nós mesmos. Não há nada de errado em se tornar rico desde que seja resultado de uma administração fiel. De igual forma, o dinheiro em si não é um mal, tudo vai depender da forma como lidamos com ele. 

Assim, poupar é uma atitude bíblica e desejável para todos desde que seja fundada no propósito correto. Não poupar será tão prejudicial como poupar pelos motivos errados.

 

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Economista e cristã com dedicação ao estudo de finanças à luz da Bíblia. Fundadora e formadora do curso GPS financeiro.

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