A habitação é uma das categorias mais importantes do nosso orçamento familiar. Para além de ser uma necessidade primária é também uma despesa bastante pesada. Em primeiro lugar, a despesa com habitação não inclui apenas a renda ou prestação de crédito habitação. Igualmente precisamos incluir outras despesas como manutenção, impostos, seguros, condomínio entre outros. Não obstante, também precisamos considerar os serviços básicos para o seu usufruto como água, eletricidade e gás.

Portanto, é de facto uma categoria muito importante e indispensável para todos nós. Antes de comprar ou arrendar casa, precisamos analisar muito bem o que podemos pagar e o que pode ser demais para nós.

O que os especialistas dizem?

Em geral, os peritos em finanças pessoais defendem que esta categoria não deve ultrapassar 35% do nosso rendimento mensal, se considerarmos apenas as despesas essenciais como renda, impostos, manutenção e condomínio. No que diz respeito exclusivamente à prestação da casa, esta deve ter um limite de 28%. No entanto, há quem defenda que precisamos incluir os serviços e aí o limite poderá chegar aos 38%. Atualmente, todos os bancos utilizam este guia para calcular a taxa de esforço na hora de conceder crédito habitação, justamente porque ultrapassando esse valor, há um risco elevado de incumprimento.

Onde foram buscar estes valores?

Após a análise de milhares de famílias e orçamentos familiares, conseguiu-se concluir que quando as famílias ultrapassam os 35% na categoria habitação entram em stress financeiro ficando com sérias dificuldades em fazer face a outras necessidades. Assim, estes valores são na verdade bastante universais e reconhecidos pela maioria dos especialistas em finanças e pelas instituições de crédito.

O que devemos considerar? 

Estas metas e percentagens são sempre bons guias para refletirmos sobre o nosso orçamento. No entanto, cada família tem a sua individualidade e a sua realidade. De facto, não podemos interpretar de uma forma extremamente rígida estes valores. Vejamos, um solteiro a viver sozinho gastará muito mais em habitação que um casal que já tenha a casa paga. São na verdade realidades diferentes.

Assim, estabelecer o limite é importante para garantirmos que temos um orçamento saudável e conseguimos gerir as outras despesas. Estar abaixo do limite será sempre benéfico para as nossas finanças. Se neste momento está a gastar mais com habitação, poderá ter que reavaliar as suas despesas.

Na prática… 

Calcule todas as suas despesas com habitação. Depois, divida esse valor pelo seu rendimento mensal e multiplique o resultado por 100. Assim irá obter o peso da habitação no seu orçamento.

Exemplo: A sua despesa é de 400€ e o rendimento mensal da sua família é 1400€.  -> (400/1400)*100= 28,6%

 

Por fim, assuma a sua posição como gestor financeiro da sua vida e planeie o seu orçamento com calma. Se não pisou a linha vermelha então está no bom caminho. Se pelo contrário, a sua casa está a asfixiar as suas finanças, comece hoje a agir e a mudar a situação. Por vezes, podemos ter que tomar uma atitude mais radical e mudarmos para uma casa mais pequena.

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Economista e cristã com dedicação ao estudo de finanças à luz da Bíblia. Fundadora e formadora do curso GPS financeiro.

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