Um estudo de U.S News & World Report mostrou que 1 em cada 3 casais lida com infidelidade financeira. Este número inclui: mentir sobre o rendimento, esconder dívida contraída e ocultar despesas e tomar decisões financeiras sem consentimento do outro. A infidelidade financeira é assim um dos combustíveis que leva as finanças a ser uma das principais causas de divórcio no mundo.
Mais do que números escondidos, a infidelidade tem um profundo efeito na confiança e no bem-estar de cada um. De alguma forma, esperamos encontrar desonestidade no mundo mas quando isso vem do nosso cônjuge, o efeito é mais profundo.
Devem os casais ter contas separadas?
“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.” Eclesiastes 4:9-12
Um dos motores da infidelidade financeira é a falta de transparência em relação a gastos e decisões. Um casamento implica dois se tornarem um, incluíndo nas finanças. É crucial que o casal partilhe a sua vida financeira de forma transparente e que tome decisões em conjunto. Essa unidade irá alimentar a confiança e a própria satisfação em relação ao seu relacionamento conjugal.
Muitos casais alegam que necessitam separar as contas em busca de liberdade e independência. No entanto, este desejo entra em conflito com o próprio conceito de casamento. Para além disso, terem finanças combinadas não impede que cada um tenha um montante dentro do orçamento familiar para as suas despesas.
Acreditar que separar as finanças e as contas bancárias permitirá um casamento livre de conflitos pode ser ilusão. No curto prazo, poderá haver uma redução nos conflitos mas os problemas serão acumulados com o tempo. A falta de confiança, de objetivos em comum e de comunicação integral irá cavar um fosso. Qualquer crise financeira poderá desencadear conflito.
Desentendimentos sempre existirão principalmente sobre o tema finanças. O segredo está na família encarar o assunto como um trabalho em equipa. No curso GPS, sempre incentivo os casais a gerirem juntos e quando isso acontece, há uma redução significativa nos seus conflitos sobre dinheiro. Quando objetivos financeiros e a gestão do lar é partilhada, começam ambos a remar para o mesmo lado. Um simples orçamento pode salvar um casamento.
Como posso enfrentar a infidelidade financeira?
Depois do processo dos casais aceitarem trabalharem juntos pelas finanças da sua família, há alguns passos importantes para enfrentarem o problema da infidelidade.
1. Reconhecer o problema.
Problemas financeiros geram problemas emocionais. Identificar e encarar o tema como algo importante a resolver é o primeiro passo. Deve haver honestidade e clareza na comunicação para que partilhem sobre o que aconteceu e como se sentiram naquela situação. É importante relembrarmos que o dinheiro tem uma influência espiritual e emocional na nossa vida.
2. Comprometer-se com a transparência.
Adotar uma política de honestidade e transparência em relação ao dinheiro é fundamental. Isso inclui, partilharem quanto ganham, quanto gastam e quanto têm. Para além disso, o casal deve definir quais os princípios que vão adotar em relação ao dinheiro e como pretendem trabalhar juntos na gestão.
3. Criar nova organização financeira.
A infidelidade financeira resulta também de erros na organização financeira. Quando um casal consegue gerir as suas finanças de forma equilibrada e saudável, isso vai permitir mais diálogo sobre o tema (essa é uma das vantagens das famílias seguirem um orçamento). Da mesma forma, é necessária a visibilidade de tudo o que se passa nas finanças da família e para isso devem registar todas as despesas, ter um orçamento bem definido e seguirem-no fielmente. A família deve construir as suas finanças em solo firme para que possam juntos enfrentar as crises financeiras. Finanças mal geridas são meio caminho para conflitos familiares.
4. Procurar conselho.
“Os conselhos são importantes para quem quiser fazer planos, e quem sai à guerra precisa de orientação.” Provérbios 20:18
Nem sempre os casais vão conseguir lidar com este problema sozinhos. Estabelecer um novo sistema de organização e de gestão poderá exigir um apoio externo. Há situações em que os casais estão tão enrolados nos seus problemas que uma visão de fora poderá ser útil. Então, procure o conselho de pessoas sábias e busque aconselhamento financeiro em casal. (Veja aqui a opção de mentoria financeira cristã).
Veja aqui mais artigos relacionados com o tema casamento: