Primeiramente, a Bíblia é objetiva no desincentivo à dívida. No entanto, quando fazemos um empréstimo, devemos pagá-lo a tempo. Pessoas sábias, planeiam para não contraírem dívidas, compreendem os seus efeitos e honram os seus compromissos. Biblicamente, a responsabilidade da liquidação da dívida é imposta ao devedor. Para ler mais sobre o assunto, leia o artigo sobre a dívida. 

No entanto, o que a Bíblia fala sobre emprestar dinheiro? A mensagem é diferente e surpreendente.

O que a Bíblia fala sobre emprestar dinheiro?

1. Somos chamados a emprestar aos necessitados.

“Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado” Mateus 5:42.  Deuteronômio 15:7-9

Antes de tudo, por toda a Bíblia encontramos uma convocação para ajudarmos de forma generosa os mais necessitados. O empréstimo a essas pessoas está presente na lei de Moisés como também é reforçada no Novo Testamento. Inesperadamente, Jesus foi ainda mais além e chamou-nos a emprestar aos nossos inimigos. (Lucas 6:35). Genuinamente, ter a mão aberta é uma característica que desenvolvemos quando amamos verdadeiramente a Deus e ao nosso próximo.

2. Somos chamados a não cobrar juros.

“Se fizerem empréstimo a alguém do meu povo, a algum necessitado que viva entre vocês, não cobrem juros dele; não emprestem visando lucro.” Êxodo 22:25

No Velho Testamento, os Israelitas não tinham permissão para cobrar juros, ou seja, obter lucro com os empréstimos aos necessitados. O objetivo desta lei era que não houvesse uma exploração da necessidade do pobre e assim Deus abençoaria a generosidade de quem empresta. Certamente, esta lei leva-nos a refletir sobre as nossas motivações. Se estamos a cobrar juros estamos a fazê-lo com um coração ganancioso e estamos a tirar proveito da necessidade do outro. Assim, não estamos verdadeiramente a ajudar essa pessoa e a procurar o melhor para ela mas sim a pensar apenas no lucro.

3. Somos chamados a não esperar o pagamento. 

“E, se emprestam dinheiro apenas aos que podem devolver, que mérito têm? Até os pecadores emprestam a outros pecadores, na expectativa de receber tudo de volta. Portanto, amem os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles sem esperar nada de volta. Então a recompensa que receberão do céu será grande e estarão agindo, de fato, como filhos do Altíssimo, pois ele é bondoso até mesmo com os ingratos e perversos.” Lucas 6:34,35

Quando emprestamos dinheiro, as nossas motivações devem ser puras. Desta forma, não devemos exigir com força o pagamento ou requerer penhora. Quando a pessoa que adquiriu o empréstimo não pagou, devemos libertá-la da dívida. Parece algo tão difícil e estranho mas é isso mesmo que Deus espera de nós. Já no Velho Testamento, a cada 7 anos havia perdão das dívidas. Não é algo errado esperarmos receber o pagamento do empréstimo mas se estamos dispostos a manter a pessoa presa à dívida, devemos optar por não emprestar. Seguramente, Deus irá compensar o nosso coração generoso.

 

Como gerir empréstimos e relacionamentos? 

Claramente, empréstimos entre amigos e familiares podem destruir relacionamentos quando algo não corre bem. Às vezes, temos que pesar o impacto do empréstimo no relacionamento. Nesse sentido, optar por dar em vez de emprestar pode ser uma solução para não prejudicarmos a amizade. Para além disso, podemos dar o nosso tempo e apoio para que essa pessoa não necessite de se endividar.

 

Porque a Bíblia fala em emprestar e não somente em dar?

Às vezes, emprestar pode ser mais benéfico do que dar pois o empréstimo obriga aquele que toma emprestado a trabalhar e a ajudar-se a si mesmo. O objetivo de ajudar os necessitados, às vezes passa por ajudá-los a converter os seus caminhos. Atribuindo responsabilidade, podemos incentivar à ação.

 

Conclusão: 

Efetivamente, Deus é o dono de tudo o que temos e provê para as nossas necessidades. Um dos impactos dessa verdade na nossa vida financeira é que o nosso dinheiro também deve ser usado para abençoar outras pessoas. Deste modo, se decidirmos emprestar, é importante ter consciência que o nosso objetivo deve ser ajudar essa pessoa e não sobrecarregá-la. Para tal, passa por emprestarmos um valor que essa pessoa consiga pagar. No caso dos necessitados, mais do que emprestar somos encorajados a dar de coração. Por fim, nunca empreste um valor que não possa abdicar dele, não é esperado que exerçamos coação, força ou qualquer ação de exigência sobre os outros. Mais do que tudo, o ónus da responsabilidade deve estar no endividado, ou seja, o cenário que a Bíblia prevê é que quem pede emprestado paga a tempo e quem empresta não necessita de exigir.

 

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Economista e cristã com dedicação ao estudo de finanças à luz da Bíblia. Fundadora e formadora do curso GPS financeiro.

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