Todos nós nascemos com uma predisposição para nos relacionarmos com o dinheiro de uma certa forma. Algumas pessoas são por natureza mais poupadas e outras mais gastadoras. Posteriormente, a forma como fomos educados teve um impacto mais profundo na nossa mentalidade.
Ser por natureza mais gastador ou mais poupado não nos torna melhores administradores. A diferença está na nossa maturidade financeira e na forma como encaramos os nossos pontos fracos e fortes.
Podemos encontrar inúmeros tipos de perfis financeiros. Contudo, na Bíblia encontramos 3 perfis diferentes que servem como guia para a nossa gestão.
Qual é o meu perfil financeiro?
Antes de mais, precisamos de ter cuidado com os rótulos. Ninguém é apenas algo. Podemos ser gastadores e ter áreas da nossa vida onde somos poupados. Podemos ser bons gestores e ter momentos de avareza. Mais do que caixas, os perfis são uma linha onde podemos navegar na nossa vida. A intenção de analisarmos o perfil é estarmos atentos quando tivermos saído do equilíbrio.
Os 3 perfis financeiros.
Aqui terá uma visão sobre os dois exemplos extremos e sobre o ponto de equilíbrio.
1. O gastador insensato.
Quem se entrega aos prazeres passará necessidade; quem se apega ao vinho e ao azeite jamais será rico. Provérbios 21:17
Na casa do sábio há comida e azeite armazenados, mas o tolo devora tudo o que pode. Provérbios 21:20
O gastador na Bíblia é também chamado de insensato, tolo e infiel. Representa aquela pessoa que não tem domínio próprio na hora de comprar, não tem paciência para poupar e cai facilmente na teia da dívida. Gasta o que tem e o que não tem pois tem amor pelos prazeres e pelos bens materiais. Claramente, o gastador vive acima das suas possibilidades, tomando más decisões financeiras. O seu nível descontrolado de gastos é alimentado por um descontentamento crónico, pela cobiça constante e a ganância de comprar mais. Na Bíblia encontramos este perfil na parábola do administrador infiel e também na história do filho pródigo que desperdiçou todos os seus bens.
A sua visão incompleta: O gastador acredita que deve desfrutar dos bens que Deus lhe dá e viver uma vida abundante. Ele acredita que tem direito a uma vida próspera e ignora as instruções bíblicas sobre a sabedoria, prudência e contentamento.
Pontos a trabalhar: Se um gastador desenvolver a sua maturidade financeira poderá ser um excelente elemento da família para promover a generosidade e trazer novas experiências e hábitos. O gastador pode seriamente beneficiar de conselho e de prestação de contas para se manter no caminho.
2. O avarento poupado.
Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição. 1 Timóteo 6:9
Chamado também de acumulador, o avarento leva a poupança ao extremo. Na verdade, ele não poupa para objetivos financeiros, ele acumula pelo prazer de ter. A sua atitude está associada à ganância de querer ser rico. O avarento tem muitas dificuldades em ser generoso, não consegue desfrutar daquilo que possui e vive uma vida presa a uma rotina restrita de controlo financeiro extremo. Na Bíblia, encontramos muitos alertas para esta atitude. A parábola do rico insensato mostra-nos claramente como essa atitude é uma loucura pois o que possuímos não nos pertence e nada levaremos connosco para a eternidade. O avarento não compreende a alegria de acumular tesouros no céu e não conhece a verdadeira paz e liberdade financeira.
A sua visão incompleta: O avarento acredita que não pode desperdiçar nada e leva o exemplo da formiga ao extremo. Encara uma vida básica e de restrições como um exemplo de piedade. O avarento não compreende que Deus também concede bens para o seu gozo e que os verdadeiros tesouros estão em dar.
Pontos a trabalhar: Se um avarento adquirir maturidade financeira poderá transformar-se num membro valioso para a boa gestão financeira do lar. Uma pessoa poupada consegue focar-se nos objetivos importantes e estimular boas rotinas e hábitos saudáveis. Com toda a certeza, o avarento necessita de trabalhar o seu coração e a sua capacidade de dar e de gastar.
3. O mordomo fiel.
Na parábola dos talentos encontramos o conceito de mordomo fiel como o exemplo de boa gestão. Ele tem o seu coração centrado em Deus e não nos bens materiais. Ele sabe que está a gerir algo que Deus lhe confiou e que portanto deve seguir os princípios bíblicos sobre finanças. O mordomo fiel poupa para cuidar da sua família, faz um orçamento e não desperdiça nada. Ele vive abaixo das suas possibilidades pois sabe que necessita ser sábio e prudente. O mordomo fiel é uma pessoa generosa e abre a mão ao seu próximo mesmo que isso implique sacrifício. Ele também sabe desfrutar dos frutos do seu trabalho como uma benção de Deus. Ele pode ser comparado a José quando governava o Egito e à formiga que junta do verão para o inverno. Acima de tudo o mordomo fiel, procura multiplicar e gerir os bens de Deus da melhor forma possível com um propósito eterno.
O que podemos aprender com os perfis financeiros?
Na área financeira, todos nós temos os nossos pontos fortes e fracos. Enquanto que uns gastam com mais facilidade outros podem levar a poupança demasiado a sério. Certamente, que todos desejamos ser o mordomo fiel. Para tal, precisamos estar sempre atentos ao nosso coração e às nossas atitudes para não cairmos nos extremos. Não seja insensato gastador, tenha prudência e sabedoria face ao futuro incerto. Mas também não seja um avarento poupado que não consegue desfrutar do que Deus dá e não consegue partilhar com os outros de forma generosa. Siga os princípios bíblicos de forma integral.
Se deseja ser o mordomo fiel, então siga o projeto GPS financeiro para aprender a gerir melhor com base nos princípios bíblicos.
Parabéns pelo artigo Ana, me pôs a pensar em que nível de perfil me enquadro.